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A Beleza Submersa de “Os Pescadores de Pérolas”


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Nos 150 de falecimento de Bizet, o resgate de um título que há duas décadas esteve fora do palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro


Por Eric Herrero


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Muito antes de conquistar o mundo com Carmen, o compositor francês Georges Bizet mergulhou nos mares da imaginação orientalista com a ópera Os Pescadores de Pérolas (Les Pêcheurs de Perles), uma jóia rara do repertório lírico que, embora menos conhecida (até porque sua Carmen figura no Guinness Book, ao lado de La Traviata, como uma das mais representadas da historia), revela o frescor da juventude criativa de seu autor e sua extraordinária sensibilidade melódica.


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Estreada em Paris, em 1863, quando Bizet tinha apenas 25 anos, a obra se passa no antigo Ceilão — atual Sri Lanka — e conta a história de dois amigos, Zurga e Nadir, que juram renunciar ao amor por Leïla, uma sacerdotisa dedicada aos deuses. No entanto, a paixão ressurge entre Leïla e Nadir, colocando amizade, fé e dever à prova. A narrativa, ainda que envolta em elementos exóticos, toca em temas universais como o amor proibido, o sacrifício e a redenção.


Musicalmente, Os Pescadores de Pérolas já antecipa o talento melódico que faria de Bizet um nome imortal. A ária “Je crois entendre encore”, com sua linha vocal etérea e flutuante, tornou-se uma das mais belas para tenor no repertório francês. Também memorável é o dueto de amizade “Au fond du temple saint”, verdadeiro hino à lealdade entre os dois protagonistas masculinos — e frequentemente executado em concertos e recitais.


Embora recepcionada com reservas na sua estreia, a ópera ganhou nova vida a partir do século XX, especialmente com gravações de grandes intérpretes que trouxeram à tona a riqueza lírica e o colorido orquestral da partitura. A partitura é uma mistura envolvente de lirismo francês e evocação a um ambiente oriental — típico do gosto europeu da época — sem abrir mão da elegância harmônica e da sutileza dramática.


Hoje, Os Pescadores de Pérolas estreia no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em uma inédita e aguardada produção que combina sofisticação cênica, direção musical refinada e dois elencos que honram a beleza e a intensidade emocional da obra de Bizet, ao lado do Coro e Orquestra Sinfônica da casa. O título retorna àquele palco após duas décadas de ausência das temporadas artísticas oficiais, oferecendo ao público uma oportunidade rara de reencontro com essa jóia do repertório francês. Os capitães desse grande time que da vida à criação de Bizet são Julianna Santos, que assina a concepção e direção cênica e o Maestro Luiz Fernando Malheiro, maior autoridade em ópera no país.

É mais um momento em que o Municipal reafirma seu papel como templo da arte lírica no Brasil, acolhendo uma obra que, mais do que nunca, fala à alma.


Em tempos que nos desafiam a reencontrar a beleza no silêncio e nas profundezas da emoção humana, esta ópera nos convida a esse mergulho, celebrando os 116 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

As apresentações vão até o dia 26 de julho.

Não dá para perder!


Serviço:

Os Pescadores de Pérolas, de Georges Bizet

Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Praça Floriano, s/n – Cinelândia – Rio de Janeiro – RJ


Datas e Horários:

16, 18, 24 e 26 de julho – 19h


20 de julho – 17h


22 de julho – 14h (Projeto Escola Arte Educação Petrobras)


Elenco Principal:

Nadir – Carlos Ullán (16, 20, 24) / Caio Duran (18, 22, 26)


Leïla – Ludmilla Bauerfeldt (16, 20, 24) / Michele Menezes (18, 22, 26)


Zurga – Vinícius Atique (16, 20, 24) / Homero Velho (18, 22, 26)


Nourabad – Murilo Neves (16, 20, 24) / Leonardo Thieze (18, 22, 26)


Coro e Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro:


Direção Musical e Regência: Luiz Fernando Malheiro

Direçao Cênica e Concepção: Julianna Santos

Cenografia e Figurinos: Desirée Bastos

Desenho de Vídeo : Angélica de Carvalho

Iluminação: Paulo Ornellas

Cenografia: Bruno Fernandes e Mateus Dutra

Direção Artistica do TMRJ: Eric Herrero


Patrocínio Oficial :Petrobras

Apoio Institucional: Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do RJ, Associação dos Amigos do Theatro Municipal


Ingressos:

Frisas e camarotes: R$ 90


Plateia e balcão nobre: R$ 80


Balcão superior e lateral: R$ 50


Galeria central e lateral: R$ 20

(Meia-entrada disponível conforme legislação vigente)


Classificação indicativa: 12 anos

Duração: Aproximadamente 2h30, com 1 intervalo


Extras:

Palestras gratuitas antes de cada apresentação, com intérprete de Libras.

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