Turismo internacional injeta US$ 4,9 bilhões na economia brasileira em sete meses

De acordo com a Embratur, a retomada da conectividade aérea foi determinante para o crescimento. Novos voos diretos foram inaugurados ligando o Brasil a destinos estratégicos, como Nova York, Lisboa, Madri, Buenos Aires e Santiago. Além disso, o país se tornou mais competitivo para o turista estrangeiro, com um câmbio favorável e pacotes atrativos.

Outro fator importante foi a estratégia de promoção internacional. O Brasil participou de grandes feiras de turismo, como a FITUR (Espanha) e a ITB Berlim (Alemanha), e lançou campanhas digitais em mercados prioritários, incluindo Estados Unidos, Argentina, Chile, França e Alemanha.

Impacto econômico e geração de empregos

O turismo internacional não beneficia apenas as grandes capitais. Os gastos dos visitantes se espalham por toda a cadeia produtiva, envolvendo hotéis, restaurantes, transporte, comércio e atividades culturais. Estima-se que cada dólar gasto por um turista estrangeiro gere efeito multiplicador em diferentes setores, criando e sustentando milhares de empregos.

De acordo com o Ministério do Turismo, os US$ 4,9 bilhões injetados representam um impacto direto no PIB nacional e contribuem para a movimentação de economias locais. Destinos como Foz do Iguaçu, Manaus e Bonito têm sentido o aumento da demanda, especialmente por viajantes em busca de turismo de natureza e experiências autênticas.

Perfil do turista estrangeiro

Os argentinos continuam liderando o ranking de visitantes internacionais no Brasil, seguidos por turistas vindos dos Estados Unidos, Chile, Paraguai e França. O levantamento do Departamento de Migração da Polícia Federal mostra que, entre janeiro e julho, mais de 4 milhões de estrangeiros entraram no país, e a expectativa é alcançar 6 milhões até dezembro.

O gasto médio por turista também apresentou crescimento. Em média, cada visitante internacional desembolsa cerca de US$ 90 por dia, com estadias que variam entre 7 e 10 dias. Os segmentos mais procurados são sol e praia, ecoturismo, cultura e gastronomia, além do turismo de eventos, que tem atraído viajantes para grandes festivais e congressos.

Turismo e grandes eventos: um motor de crescimento

Eventos esportivos e culturais têm desempenhado papel estratégico nessa retomada. Em 2025, o Brasil recebeu importantes competições internacionais, shows e festivais gastronômicos que movimentaram milhares de turistas. Além disso, destinos como Rio de Janeiro e São Paulo continuam liderando o turismo de negócios e eventos corporativos, setor que representa cerca de 25% das receitas do turismo internacional no país.

Perspectivas para 2025 e desafios

As projeções indicam que o Brasil deve encerrar 2025 com um recorde histórico de receitas geradas pelo turismo internacional, ultrapassando a marca de US$ 7 bilhões até dezembro. Para isso, o governo e a iniciativa privada trabalham em conjunto para ampliar a conectividade aérea, qualificar a mão de obra e garantir segurança aos visitantes.

No entanto, especialistas alertam para desafios que precisam ser superados, como a necessidade de infraestrutura mais eficiente em alguns aeroportos e destinos turísticos, além da ampliação da oferta hoteleira em regiões que vêm registrando alta demanda.

Turismo como estratégia de desenvolvimento

A valorização do turismo como vetor econômico e social é um tema cada vez mais presente nas agendas de governos e empresários. Com potencial para gerar divisas e promover inclusão, o setor é visto como uma das principais ferramentas para o crescimento sustentável do Brasil.