
Entrando na Polêmica: Música ao Vivo nos Quiosques é Problema ou Solução?
- Turismo News
- 28 de mai.
- 2 min de leitura
Entrando na polêmica: Música ao vivo nos quiosques é problema ou solução?
Por Carlos Mugnaini
Na última semana, a Prefeitura do Rio publicou um decreto que proibia música ao vivo nos quiosques da orla carioca. A justificativa? Garantir o sossego dos moradores e evitar aglomerações desordenadas. Mas aqui, entrando na polêmica, levanto uma provocação: será mesmo que o problema está na música – ou na forma como gerimos o espaço público?
Falo com experiência de quem vive e respira entretenimento e hotelaria, e de quem atuou diretamente na gestão do Tropik, quiosque localizado em Copacabana, com curadoria musical e cultural ativa, integrado à administração do Fairmont Copacabana. Lá, vimos de perto como a programação artística não apenas movimenta o espaço, mas transforma a experiência do visitante. A música ao vivo nos quiosques não é apenas uma atração — é uma engrenagem fundamental da economia do turismo na cidade. Segundo dados da Fecomércio RJ, os quiosques com programação musical chegam a aumentar em até 40% o seu faturamento aos fins de semana, com reflexos diretos no consumo de alimentos, bebidas, gorjetas e até no transporte por aplicativo.
Não estamos falando de “som alto e bagunça”. Estamos falando de curadoria artística, experiência gastronômica e turismo qualificado. O turista que desembarca no Rio quer vivência, cultura local e contato com o espírito carioca. E poucas experiências são mais simbólicas do que ver o pôr do sol em Ipanema ao som de um samba ou voz e violão. É parte do que vende o Rio como destino.
Se o problema é o excesso ou a desordem, então que se regulamente com inteligência: horários-limite, níveis máximos de decibéis, controle da programação. Mas proibir de forma ampla e irrestrita é abrir mão de uma das principais vocações da cidade — a de entreter, encantar e acolher.
Entrando na polêmica, deixo uma reflexão: queremos uma orla silenciosa e sem vida, ou um Rio que pulsa cultura com responsabilidade? A escolha define não só o presente do nosso turismo, mas o futuro da imagem da cidade no mundo.
Felizmente, a prefeitura voltou atrás na decisão, demonstrando sensibilidade ao ouvir especialistas, comerciantes, artistas e a própria população, que entende que o entretenimento responsável é parte vital da alma carioca.
Que possamos viver mais tardes animadas, com música de qualidade e memórias únicas nos quiosques da cidade maravilhosa.
