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30 de Abril , Dia Nacional da Mulher , entre Avanços e Retrocessos .

Atualizado: 19 de mai.

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Desigualdade salarial, violência de gênero e sub-representação política mostram que o 30 de abril é mais do que uma data comemorativa — é um alerta social


No Brasil, o dia 30 de abril marca o Dia Nacional da Mulher. Mais do que uma ocasião simbólica, trata-se de um convite à reflexão sobre os desafios que persistem na vida de milhões de brasileiras. Apesar de avanços legais e sociais, as desigualdades de gênero ainda são profundas no mercado de trabalho, na política, no empreendedorismo e no cotidiano.


No ambiente profissional, os números falam por si: mulheres seguem ganhando menos que os homens, mesmo ocupando funções semelhantes. Segundo o IBGE, a diferença salarial média chega a 22%. Quando se trata de mulheres negras, o abismo é ainda maior. Isso revela que a desigualdade não é apenas de gênero, mas também de raça.


A sobrecarga das chamadas “duplas jornadas” — trabalho fora de casa e responsabilidades domésticas — continua sendo realidade para a maioria das mulheres brasileiras. A sociedade ainda espera que elas conciliem sucesso profissional com a obrigação de cuidar da casa, dos filhos e da família. Esse desequilíbrio compromete a saúde física e mental das mulheres e limita sua ascensão profissional.


Na política, a sub-representação é clara. Embora as mulheres sejam a maioria da população e do eleitorado, ocupam apenas cerca de 18% das cadeiras no Congresso Nacional. Nos cargos de liderança empresarial, a presença feminina também é tímida. Quando alcançam espaços de poder, muitas vezes enfrentam resistência e precisam provar constantemente sua competência — uma cobrança que raramente recai sobre os homens.


O cenário no empreendedorismo revela resiliência, mas também desafios. Cada vez mais mulheres estão à frente de negócios próprios, buscando autonomia financeira e reconhecimento. No entanto, enfrentam dificuldades para acessar crédito, conquistar investidores e equilibrar a vida pessoal com as exigências do mundo empresarial. O empreendedorismo feminino, apesar de sua força, ainda carece de apoio estrutural e de políticas públicas específicas.


Outro ponto que não pode ser ignorado é a violência de gênero. O Brasil registra, em média, quatro casos de feminicídio por dia. A maior parte dessas mortes acontece dentro de casa, cometidas por companheiros ou ex-companheiros. O feminicídio é a face mais cruel do machismo, que enxerga a mulher como propriedade. A luta contra essa violência exige não só leis eficazes, como a Maria da Penha e a Lei do Feminicídio, mas também prevenção, acolhimento e uma mudança profunda na cultura patriarcal.


O machismo estrutural segue presente nas falas, nos olhares, nas atitudes cotidianas. Ele aparece nas piadas, no assédio, na interrupção da fala de mulheres em reuniões, na desvalorização da maternidade, e até mesmo na criminalização da liberdade sexual feminina. Combater esse sistema é responsabilidade coletiva — de homens, mulheres, instituições, escolas, empresas e governos.


Diante disso, o Dia Nacional da Mulher não deve ser reduzido a flores ou mensagens protocolares. Ele precisa ser um marco de conscientização. Um dia para lembrar que o caminho pela igualdade está longe do fim, mas que ele precisa ser percorrido com coragem, empatia e compromisso social.


Empoderar mulheres é promover justiça social. É construir uma sociedade mais equilibrada, democrática e digna para todos. Que o 30 de abril seja, acima de tudo, um chamado à

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