Academia Brasileira de Artes Carnavalescas homenageia Gabriel David presidente da LIESA
- Turismo News
- 14 de mai.
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Atualizado: 3 de jun.
Academia Brasileira de Artes Carnavalescas recebe Gabriel David, homenageado por Milton Cunha em cerimônia memorável
Em uma noite marcada por emoção, reverência e esperança, a Academia Brasileira de Artes Carnavalescas recebeu em sua sede, no coração do Rio de Janeiro, o presidente da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro), Gabriel David, para um encontro histórico que reafirmou os laços entre tradição e inovação no universo do carnaval. O ponto alto da cerimônia foi a calorosa e eloquente homenagem feita por Milton Cunha, pesquisador, carnavalesco e acadêmico, que com sua verve poética e sua autoridade cultural selou o momento com palavras que tocaram todos os presentes.
A solenidade reuniu acadêmicos, dirigentes, sambistas e amantes do carnaval para celebrar não apenas a trajetória meteórica de Gabriel David à frente da LIESA, mas também seu esforço para ressignificar o papel das escolas de samba na cultura contemporânea. Jovem, mas profundamente envolvido com a história do samba, Gabriel foi reconhecido pela Academia como uma liderança que respeita os fundamentos do carnaval enquanto conduz a festa por novos caminhos.
Milton Cunha, mestre de cerimônias da noite, iniciou sua fala com emoção visível. De pé, ao centro do salão, com sua voz teatral e vibrante, saudou Gabriel como “filho legítimo da Sapucaí” e “herdeiro ousado do trono dourado da cultura popular”. Em seu discurso, Milton destacou o contraste entre a juventude do homenageado e a maturidade de sua atuação. “É raro ver um menino do tempo de agora carregar a sabedoria ancestral do batuque com a leveza da era digital. Gabriel, você tem o dom raro de traduzir a alma do samba para o mundo de hoje — sem trair a essência, sem desfigurar a raiz”, disse ele.
Milton relembrou momentos marcantes da gestão de Gabriel, como a modernização das transmissões do desfile, o retorno da credibilidade institucional à LIESA e a capacidade de escuta ativa com dirigentes, artistas e a comunidade do carnaval. “Você chegou jovem, mas escutou como velho sábio. Caminhou nos barracões com respeito, olhou o chão da avenida como um templo sagrado. E quando muitos duvidaram, você mostrou que carnaval é coisa séria”, pontuou Cunha, arrancando aplausos emocionados da plateia.
O discurso também tocou em temas afetivos. Milton evocou a figura de Anísio Abraão David, pai de Gabriel e um dos fundadores da LIESA, citando a herança que o jovem presidente carrega — não como fardo, mas como missão. “Não é à toa que o teu sobrenome é David. És descendente de reis do carnaval. Mas hoje, com tua coragem, teu olhar tecnológico e tua paixão verdadeira, nos mostra que o trono não se herda: se conquista.”
Gabriel, visivelmente comovido, agradeceu a homenagem com humildade. Reconheceu a importância simbólica da Academia e exaltou o papel de Milton Cunha como voz crítica, artística e afetiva do samba. “Milton não apenas analisa desfiles, ele decifra sentimentos. Receber essas palavras dele é como receber um troféu feito de alma”, afirmou.
A cerimônia ainda contou com a entrega de uma medalha simbólica ao homenageado e uma placa de reconhecimento, que será afixada na sede da Academia. O evento também promoveu um debate sobre o futuro do carnaval como indústria criativa e plataforma de inclusão social, pauta que Gabriel defende com entusiasmo e Milton reforça com vigor intelectual.
Nas entrelinhas dos discursos, ficou claro que o encontro representava mais que uma homenagem: era a celebração de uma nova era para o carnaval. Uma era que não abandona sua ancestralidade, mas que ousa dialogar com a inovação. Como concluiu Milton Cunha, em seu tom épico: “Se o carnaval é um navio da alegria que atravessa séculos, Gabriel é o jovem timoneiro que, com o mapa dos antigos e o GPS dos novos tempos, mantém o curso da nossa maior paixão cultural.”
A noite terminou com uma roda de samba conduzida por baluartes das escolas de samba e acadêmicos, num clima de confraternização. A presença de Gabriel David, ovacionado pelos presentes, foi não apenas um símbolo de reconhecimento, mas um marco de continuidade e renovação para o futuro do carnaval brasileiro.
